A possibilidade de faltar água em Minas Gerais é real. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, a presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Sinara Inácio Meireles, apresentou um diagnóstico crítico sobre a situação do abastecimento no estado e não descartou a chance de haver racionamento e adotar uma tarifação diferenciada para quem gastar muito.

Nesta sexta-feira, a Copasa irá encaminhar ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) informações necessárias para que o órgão – responsável por fazer a solicitação – possa pedir declaração de situação de emergência em Minas Gerais por causa da escassez de água. Caso o pedido seja aprovado, a empresa poderá adotar mecanismos emergenciais para conter o alto consumo.

"Precisamos neste momento conclamar a população de Minas Gerais para economizar água. Precisamos ter um pacto para viver este período. Temos de agir de forma coordenada. A Região Metropolitana de Belo Horizonte é que nos preocupa, pelo número de pessoas, mas há outros municípios que têm ligação com a Copasa e também estão em situação crítica", afirmou Sinara.

“Não estamos descartando o racionamento, nem a implementação de mecanismos tarifários, como multa, ou taxa para os consumidores. Queremos evitar a todo custo a utilização deste recurso, mas não descartamos por causa da situação em que nos encontramos", complementou.

De acordo com a presidente da Copasa, 31 dos 34 municípios da Grande BH estão em situação crítica devido à seca que atinge o estado. Sinara destacou ainda que a escassez de água em Minas se arrasta há, pelo menos, dois anos e que a situação de alerta já vem desde o ano passado.

A meta da empresa é reduzir o consumo em 30%. Segundo a empresa, se for mantido o cenário atual, haverá necessidade de iniciar o racionamento dentro de três ou quatro meses. "Estamos trabalhando com o pior cenário e uma série de fatores podem intervir para que haja racionamento: se não chover, se o consumo continuar alto, se as obras que estão previstas não forem concluídas, estamos trabalhando com uma ideia de racionamento em três a quatro meses. Talvez a principal preocupação. Se chover, nós felizmente vamos rever a nossa ação, mas vamos trabalhar com o regime de chuvas igual ou pior que 2014", declarou Sinara.

O Sistema Paraopeba, que abastece Belo Horizonte e Região Metropolitana e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, está operando atualmente com 30,25% de sua capacidade. Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73% de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%.

Fonte: Rádio Itatiaia
(www.itatiaia.com.br/noticia/copasa-admite-risco-de-racionamento-e-pede-reducao-em-30-no-consumo-de-agua)