Mais de 50 produtores rurais de Ipanema, região pertencente à Bacia Hidrográfica Águas do Rio Manhuaçu, se reuniram, no último dia 29, para um Dia de Campo que teve o objetivo de divulgar o Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22). O encontro apresentou aos participantes os resultados da iniciativa, que, além de combater o desperdício de água no campo, promove economia de energia elétrica e a melhoria da qualidade dos produtos cultivados.

Também participaram do evento representantes do IBIO-AGB Doce, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Expansão Rural (Incaper), Policia Militar de Meio Ambiente, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipanema e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A secretária executiva do Comitê, Isaura Paixão, empossada recentemente, destacou a preocupação do colegiado com a crise hídrica, considerada uma das mais críticas dos últimos anos. Ela aproveitou a ocasião para divulgar entre os participantes outros programas desenvolvidos na Bacia, como o Produtor de Água (P24) e de Recomposição de APPs e Nascentes (P52).

Durante a atividade, os produtores se dividiram em três grupos e assistiram a palestras sobre os temas “Manejo da Irrigação com o Uso do Irrigâmetro”, a cargo de Gustavo de Castro Gonçalves, um dos especialistas responsáveis pela implantação do P22; “Manejo de Pastagens”, proferida por Máskio Daros, engenheiro agrônomo da Emater/MG; e ”Produção de Água na Propriedade Rural”, para a qual foi convidado o engenheiro do Incaper, Cesar Santos Carvalho.

Uso racional

O Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22), que utiliza recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água na Bacia do Doce, identifica áreas irrigadas para a adoção de práticas de conservação e uso racional dos recursos hídricos e é composto pelas seguintes etapas: verificação das condições das estruturas de captação de água, do sistema de irrigação e da condução técnica da lavoura; caracterização física dos solos das áreas irrigadas; avaliação dos sistemas de irrigação; acompanhamento sistemático do manejo da irrigação em cada propriedade selecionada e capacitação dos produtores para o cálculo da real necessidade de água.

Cada propriedade selecionada recebe um irrigâmetro, aparelho desenvolvido e patenteado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), que permite ao produtor saber quando e quanto irrigar. O irrigâmetro fornece, de maneira simples, informações sobre o consumo de água e o tempo necessário de irrigação.

De acordo com Gustavo de Castro Gonçalves, nas propriedades localizadas nas bacias dos rios Manhuaçu, Caratinga e Suaçuí em que o aparelho está instalado foi detectada uma economia de quase 50% na irrigação, tanto de água quanto de energia. “O produtor muitas vezes encharcava o solo, o que prejudicava o desenvolvimento da plantação”, explicou.

Prefácio Comunicação