Bispo Diocesano de Caratinga, divulgou no dia 23/03 uma nota comentando os acontecimentos políticos ocorridos na região.

 

O Bispo Diocesano de Caratinga, Dom Emanuel Messias de Oliveira, divulgou nesta sexta-feira(23), uma nota onde comenta de forma genérica, os polêmicos acontecimentos políticos ocorridos na cidade e na região nos últimos meses.

 

Na nota, o Bispo reforça a importância dos homens públicos trabalharem para o povo e ressalta que a corrupção é uma ameaça à democracia.

 

Confira a nota na íntegra:

 

Enquanto Igreja, queremos manifestar nossa indignação e tristeza diante das repetidas acusações dos poderes constituídos em diversos Municípios de nossa diocese de Caratinga.

 

Não nos compete acusar ninguém nem dizer quem está certo ou errado. Isto é da competência do judiciário que tem acesso aos documentos e pode julgar.

 

Entretanto, podemos e devemos manifestar nossos sentimentos e fazer ouvir nossa voz em prol da lisura e responsabilidade moral dos nossos governantes, pois a Igreja é perita em humanidades.

 

O que temos lido e ouvido é um escândalo, denegrindo a imagem de nossos municípios e instituições. Nosso povo não deve ser respeitado apenas no dia das eleições. Seus representantes têm o compromisso e a obrigação de um governo limpo, ético e transparente. Um representante público que não honra a cadeira que ocupa deve ser julgado e cassado.

 

Antecipo as orientações para as próximas eleições, lembrando que é preciso estudar o perfil do candidato, seus trabalhos antecedentes, sua honestidade a toda prova e sua competência para o cargo.

 

Vamos todos colocar em prática a Lei da Ficha Limpa; não vamos ter medo de denunciar, tendo documentos em mãos. Em termos morais, se a corrupção é pecado, também a omissão é falta grave; é conivência com o crime. O povo é soberano não apenas em época de eleições. O eleito está a serviço do povo e não de si mesmo ou do seu partido.

 

Como todos sabem, a corrupção e a decorrente impunidade constituem grandes ameaças ao sistema democrático. Aumenta o fosso das desigualdades sociais, fere gravemente o princípio do destino universal dos bens.

 

A corrupção trai a justiça e a ética social, compromete o funcionamento do Município, decepciona e afasta o povo da participação política, levando-o ao desprezo, perplexidade, cansaço, revolta e ao descrédito generalizado, não somente pelos políticos, mas também pelas Instituições Públicas.

 

Todo aquele que exerce mandato eletivo, seja no Poder Legislativo, como no Poder Executivo, deve corresponder aos anseios da coletividade, visando o bem comum.

 

A Igreja quer contribuir para o bem comum, lembrando as exigências éticas do Evangelho. É da sua competência lutar pela ética na política e pela atuação adequada dos que foram eleitos pelo povo para servir ao povo e não ser servido pelo povo.

 

A política é um serviço ao bem comum, na construção de uma sociedade justa , fraterna e solidária. Os políticos sejam pessoas dotadas de virtudes sociais, com competência, retidão, transparência e espírito de serviço, sendo os primeiros responsáveis pela ordem justa na sociedade. A superação da corrupção exige pessoas e partidos com perfil íntegro para o exercício do mandado público.

 

Que o nosso Deus, o Senhor da vida, defensor da justiça e do direito, abençoe a todos(as), sobretudo o poder judiciário para que a paz social e política voltem a reinar em nossas instituições e no coração dos nosso querido povo.

 

Dom Emanuel Messias de Oliveira
Bispo Diocesano de Caratinga

 

Acesse o site oficial da Diocese de Caratinga www.diocesecaratinga.org.br

 

Fonte: Paroquia São Manoel de Mutum{jcomments on}